O pequizeiro é
uma planta perene, sendo classificada como frutífera e oleaginosa, em razão das
suas características e formas de utilização. Seu fruto é uma drupa globosa com
coloração verde, com cerca de 10 centímetros de diâmetro e cálice persistente. No
seu interior há um caroço revestido por uma polpa amarelo-claro, comestível e
macia. Esta polpa envolve uma camada de espinhos, denominado endocarpo lenhoso
e a semente.
Provavelmente
você já mordeu com muita vontade um fruto de pequi e experimentou o desprazer
de ter esses espinhos por toda parte da boca. E ai você pensou: pra que serve
isso? Seria muito mais conveniente não ter. Então senta, que aí vai a
explicação.
Essa camada de
espinhos tem uma função muito importante e pouco conhecida para os frutos. Na
natureza o pequi apresenta diversos consumidores naturais, que são os seus
dispersores de sementes, como os ratos do campo, preá, paca, capivaras, lobo
guará e antas. Sendo assim, com uma procura tão intensa a esse fruto, a
proteção de seu embrião é de extrema importância para manutenção da espécie.
Essas estruturas de proteção foram surgindo em algum momento de sua história
evolutiva para garantir a proteção do embrião na semente, uma vez que no
passado os frutos sem espinhos eram consumidos por inteiro pelos animais,
incluindo a amêndoa e o embrião, não dispersando para outros locais. Já os
frutos que possuíam espinhos eram consumidos parcialmente e o restante era
deixado pelo animal, dispersando para outros locais.
Portanto, pode
até parecer que o espinho do pequi não serve para nada quando vamos ingeri-lo,
porém, é graças a ele que o fruto persistiu por tanto tempo a tantos
consumidores naturais e que hoje podemos desfrutar de seu sabor.
Atualmente,
além dos consumidores naturais, temos também a intensa exploração do homem, no
consumo do fruto do pequi, da extração do óleo, na culinária, na indústria de
cosméticos, na confecção de produtos de limpeza e como produto medicinal. Sua
madeira também é utilizada, sem a preocupação com a propagação da espécie.
No estado de
Goiás o pequi é uma espécie protegida por lei (Lei 12596/95, portaria 113 IBAMA
e Portaria nº 18/2002-N – AGMA), porém, mesmo protegida, essa espécie é muito
explorada. Sendo assim, a utilização do
pequi deve ser consciente, podendo optar por plantios para diminuir a pressão
sobre as espécies em campo. Um fruto tão amado deve ser preservado!
Polpa do pequi, endocarpo lenhoso e semente. |
Caryocar brasiliense Cambess |
Nunca mais vou reclamar quando tiver que roer piqui!! hahahahaa
ResponderExcluirMinha esposa fez piqui e eu não sabia e nem me lembrei sobre os espinhos e passei um vexame. Mais de uma hora pra tirar todos os espinhos da boca. Não quero mais nem saber de piqui da minha mulher. Ela que ofereça pra qualquer um. Vai matar outro, não eu.
ResponderExcluirÉ de extrema importância sabe pra que servi os espinhos,que machucar mais que ajudar esse fruto do cerrado na sua existencia!!!
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